quarta-feira, 20 de outubro de 2010

This is it- our victory cry,
The aeon of Horus has arrived !!!

With the head of a falcon,
Towards the Sun he flies,
He sits on the golden throne
And conquers our world !

Freed from millenia of chains,
By Horus the child,
We rejoice in our innocence with light in our eyes !

Like children we are,
Playing under the Sun,
We laugh, dance, run- no limits for us !
Assimilating all in our way,
With curiosity unmatched,
With childish delight,
We uncover the Earth,
We see through our own eyes
What centuries of darkness were so eager to hide.

The world's at our feet, it is for us to take,
The great fruits embrace us, the light dwells within,
We set the standards, we pave our paths,
The Khabs is in the Khu, not the Khu in the Khabs !

Under Horus we draw our will, mind and strength,
Defeating all evil that stains our skin.

Our will is the law,
The code that runs our lives,
We never shun responsibility,
We take it in full for our acts.

Purified under the blessings of Horus,
We stand clean as new-borns-
Like children we are, under the Sun,
Untouched by impure doctrines and lies.

Standing straight, our heads towards the Sun,
Crushing evil dogmas under foot,
Gods new and old crucified,
For defending our inner light all idols must die !

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Uma vez li que existem algumas pessoas que nunca se sentem satisfeitas nesse mundo: é como se o mundo não oferecesse a forma que essas pessoas anseiam. Foi numa coisa dessas de numerologia. Pode ter sido uma grande bobagem, mas me fez refletir. Ser diferente não é ser superior, não é melhor, nem pior, é viver na singularidade de cada um.
...e, apesar de achar o planeta lindo, apesar de achar a raça humana linda, ela não tem nada a ver comigo.


Hoje eu vi um lindo negro anjo
Anjo negro lindo anjo
Negro Anjo....


Sou o conjunto de todas as cores, de todas as dores.
Hora sou Sol, hora sou Lua.
As vezes sou menina pura.
Outras vezes mulher em fúria.
Sou o corpo que aconchega, sou as mãos que procura.
Sou o Todo sem ser coisa alguma.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010




A cortina que separa as minhas canções das tuas por um momento esvoaçou ao vento.
Então vi que a luz da tua manhã estava repleta das canções mudas que eu jamais cantei...
Pensei que as aprenderia aos teus pés, e sentei-me, em silêncio...

domingo, 10 de outubro de 2010



E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.

Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.




AÍ ESTÁ ELE, o mar, a mais ininteligível das existências não humanas.
E aqui está a mulher, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos. Como o ser humano fez um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornou-se o mais ininteligível dos seres vivos. Ela e o mar.

Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro:
a entrega de dois mundos incognoscíveis feita com a confiança com que se entregariam duas compreensões.

Ela olha o mar, é o que pode fazer. Ele só lhe é delimitado pela linha do horizonte, isto é, pela sua incapacidade humana de ver a curvatura da terra.

Só um cão livre hesita na praia, um cão negro. Por que é que um cão é tão livre? Porque ele é um mistério vivo que não se indaga.
A mulher hesita porque vai entrar.
A mulher não está sabendo, mas está cumprindo uma coragem. Com a praia vazia nessa hora da manhã, ela não tem o exemplo de outros humanos que transformam a entrada no mar em simples jogo leviano de viver.

Ela está sozinha. O mar não é sozinho porque é salgado e grande, e isso é uma realização. Nessa hora ela se conhece menos ainda do que conhece o mar.

Sua coragem é a de, não se conhecendo, no entanto, prosseguir.
É fatal não se conhecer, e não se conhecer exige coragem.



Words Get In The Way

I realize you're seeing someone new
I don't believe she knows you like I do
Your temperamental moody side,
the one you always try to hide from me.

But I know when you have something on your mind.
You've been trying to tell me for the longest time.
And before you break my heart in two,
There's something I've been trying to say to you.

But the words get in the way
There's so much I want to say
But it's locked deep inside
And if you look in my eyes,
We might fall in love again
I won't even start to cry,
And before we say goodbye
I tried to say "I love you"
But the words get in the way

Your heart has always been an open door
But baby I don't even know you anymore.
And despite the fact it's hurting me,
I know the time has come to set you free.

I'm trying to say "I love you"
But the words get in the way.

domingo, 26 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010



Não posso vê-la com os olhos do Ocidente, e sim com meu sangue meio-mouro em ebulição herdado na Ibéria.

Os seus olhos negros arábicos hipnotizantes, ora instigando malícia, ora agitação, ora maturidade, ora viagem, traz galáxia de estrelas que testemunham o deserto rico de vidas e acontecimentos.

Sinto-me seu Senhor, seu Emir, protegendo-a das tribos nômades inimigas que ficam à espreita tencionando raptar as jóias desatentas.

Habita minha tenda, meio palácio, meio santuário, com tapetes a lhe acariciar os pés e almofadas por toda parte para aconchegar seu corpo escravo do meu amor, do meu ardor, do meu suor e dos meus caprichos.

Ajoelhada lava e enxuga meus pés com delicadeza num gesto de submissão, exalta meus feitos noutro gesto de gratidão, para logo mais avançar com as garras ferinas como uma louca para ser beijada nos seios brutalmente delicados; mas a batalha não está finda: ponho-me com a lança quente do guerreiro árabe que há em mim, a ferir-lhe freneticamente as entranhas e marcar-lhes as ancas e exausta, aos pedaços, geme e pede novos doces maus tratos

Que suaves canções trazem hoje os ventos?

Que dança fazem hoje as dunas?

Que perfume invade hoje minha tenda?

Hasteio minha bandeira, demarco meu território para que possa se sentir amparada, longe dos beduínos.

Viver este mistério é sentir a brisa do Mar Vermelho penetrar as narinas ainda que se esteja no meio da península; é saber a direção de Meca e orar; é ver as riquezas que brotam do preto do petróleo, do preto dos seus olhos e finalmente do preto da meia-lua; é vagar pelos caminhos que mudam ao sabor dos ventos persistentes...

Vem dançar para mim; vem me agradar; vem acabar de vez com o que resta do meu lado Ocidente tão bárbaro e tão desassossegado; vem mostrar-me seu ventre.

sábado, 14 de agosto de 2010

E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.

Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.

terça-feira, 16 de março de 2010







Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!

Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.

( Poema do silêncio - Jose Regio)



Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.