quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Para quem ainda não sabe....

Para as (os) que realmente ainda não se deram conta qual a diferença entre Ser Livre e Descolada(a) e Ser Vagabunda(o).


O que é ser vagabunda no século 21?

Por Fernando Vives

Ainda é comum, mas me irrita cada dia mais: alguém chega pra dizer que fulana é biscate porque “rodou a banca”, pegou uns 25 na balada ou já transou com mais homens (e mulheres) do que árvores derrubadas pela turma do Blairo Maggi no Mato Grosso. Tenho ouvido muito isso, de pessoas doces até as mais toscas.
Convenhamos: se você vive no sertão de Jundiaí, tem mais de 60 anos e preferiria que as missas fossem rezadas em latim, ainda tem o direito de pensar assim, mesmo que invariavelmente caia na caricatura. A essas pessoas se permite acreditar que a boa moça é aquela que só transou uma
vez na vida, uma relação sexual discretíssima com as luzes apagadas na noite de núpcias.
Porém, qualquer pessoa que não sei encaixe no perfil deve entender que, desde quando aquela hordas furiosas de mulheres – lésbicas ou não, não importa – ocuparam avenidas por todo o mundo ocidental queimando sutiãs nos anos 70, algumas coisas mudaram.
Hoje, é de um reacionarismo torpe apontar o dedo e nomear de vagabunda aquela moça bonitinha do apartamento vizinho só porque ela leva um cara diferente por semana para passar a noite no apartamento dela. Em verdade, sorte a dela: essa vizinha bonitinha sabe valorizar o próprio corpo e aproveita cada vírgula de sua sexualidade –e ou, ao menos, tenta.
Ser vagabunda não tem a ver com a quantidade de parceiro(a)s ou namorados, e sim com a maneira com a qual conquista ou leva seus relacionamentos. Logo, uma mulher pode ter tido só um namorado na vida, mas, se este foi conquistado na base da futrica, no tapete puxado ou
atitudes similares, tem-se aí um caso de biscatice vigente em nossos tempos.
Aliás, isso vale pra homens também, que fique claro. Da mesma forma, mulheres com tendências a ter poucos parceiros não podem ser tachadas de recalcadas. Cada pessoa tem o seu ritmo e suas preferências. Não se espera que se entenda a preferência alheia, apenas que se respeite. Mas isso é um exercício que a humanidade vai ter que praticar bastante antes de atingir em sua planitude.
Quem sabe no século 22 cheguemos lá.

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