quinta-feira, 19 de novembro de 2009



Por mais que eu quisesse permanecer
Por mais que eu quisesse que você tivesse ficado
Nada poderia ser feito
Você não ficou
Mas eu permaneci
Finquei minhas mãos no tempo
E rasguei o véu do espaço
Olhei para trás
Vi você chegando
E vi você partindo
Nada poderia ser feito
Foi quando lembrei de não lembrar
E apenas olhar ao redor
No adiante iminente
Já não queria mais pensar
Nesse centro impermanente de beirada-de-abismo
Onde vivo, sem saber voltar
Nascente de vertigem que desagua o salto
Cordilheira de queda que configura o vôo
E por mais que eu quisesse permanecer
Algo além de mim quis que eu não tivesse mais escolha
Algo além de mim quis que eu me deixasse para trás
E me tornasse
Simplesmente
Alguém além de mim
Alguém além daquela que espera por você
Alguém além da permanência e da espera
Alguém que é
Agora
Simplesmente você...

Um comentário:

Anônimo disse...

Belas palavras. Sua alma sangra, e sei que aprendeu a controlá-la, como a um animal doméstico, não? Saudades. Muitas. Beijos.